Crônica: A Educação e a formação de zumbis para The Walking Dead

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Por: Sérgio Sant’Anna*

Ao chegar o mês de outubro, diversos jovens e adultos enchem as salas de cursinhos pré-vestibulares. É o momento de acertarem os últimos detalhes para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).

Diversas disciplinas sendo testadas, ou seja, divididas por áreas, competências e habilidades são avaliadas, além de competências específicas relacionadas à produção textual.

Como professor de Redação há mais de duas décadas e trabalhando, também, com a área de Linguagens, confesso que a procura só aumenta. Mesmo no momento atravessado pela pandemia o número de discentes que me procuram para a correção de redações, aulas particulares me fazem repensar a quantas anda o nosso Ensino. O aluno mudou ou foi o professor? O déficit não se apresenta diante dos jogadores, todavia nos moldes os quais nosso Ensino é estruturado.

Diante de uma política que durante décadas valorizou apenas os números, caminhamos diante da formação de seres apáticos, sem a avidez para o conhecimento. Seres ludibriados pela tecnologia e tragados, com os seus eletrônicos (órteses) para o abismo da ineficiência humana.

Constrói-se seres que não refletem, que não almejam pensar. É por isso, que verificamos uma geração de profissionais incompetentes, inclusive professores. E neste balaio se somam uma safra de castas profissionais inexpressivas. O cenário político-partidário é o mais nítido exemplo dessa formação precária. Prefeitos, vereadores, deputados, senadores, ministros e secretários, uma legião que não servirá nem para húmus.

Embora o cenário seja de incompetência, há àqueles que sinalizam para a positividade. Leem, wstudam, refletem, pensam…Ufa!

Caso não sejam realizadas políticas de incentivo e investimento em Cultura e Educação, além da valorização docente, criar-se-á mais uma geração de zumbis que não servirão nem para a figuração em The Walking Dead.

* Sérgio Sant’Anna é Professor de Língua Portuguesa do Anglo e COC Professor de Redação da Rede Adventista e Jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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